26 de mar. de 2012

Armorial

Armorial
o meu anzol
zuniu bemol rasgado
o ar enevoento de sal

Entre ramos de dália
lutei
por meu amor delgado
a vã batalha
e de coração ferido
tombei aos pés da minha ave
marcando o chão da relva

Quis o tempo
que tivesse o algoz da vitória
o retarde
quando aurífero
levantei a minha fronte
mirando o sol marinho do eclipse
e dei guerra

Acuado no atol
invernei sob a árvore
dos seus cachos rubros
que inventavam o vento
e dormi mil anos
no seu sorriso

Na partida do seu manto-esfinge
sonhei desprotegido
sob chuvas de cometas
e silêncios de arminho

Quem dentre os anjos
haverá de me acordar?

(Diogo Borges)

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